Federação dos jornalistas aciona Leo Dias por quebrar código de ética

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Federação dos jornalistas aciona Leo Dias por quebrar código de ética


PORTO VELHO, RO - A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) vai encaminhar denúncia contra o colunista Leo Dias ao Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) para apurar sua conduta na divulgação de informação sobre a doação de um bebê pela atriz Klara Castanho. A atriz, de 21 anos, foi estuprada e doou o recém-nascido para adoção, seguindo todos os trâmites legais.

Na nota em que manifesta solidariedade a Klara, a Fenaj afirma que há fortes evidências de que o colunista feriu o Código de Ética do Jornalista Brasileiro e defende a criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ), como “forma de garantir uma profissão digna, com um contrato público e ético com a sociedade”.

Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética ficam sujeitos gradativamente às seguintes penalidades, a serem aplicadas pela Comissão de Ética:

“– Aos associados do Sindicato, de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato;
– Aos não associados, de observação pública, impedimento temporário e impedimento definitivo de ingresso no quadro social do sindicato.”

A denúncia será encaminhada pela diretoria executiva e pela Comissão de Mulheres da Fenaj ao SJPDF, ao qual caberá apurar o caso, dando amplo espaço de defesa ao colunista.

No último domingo, após grande repercussão do episódio, Leo Dias publicou um texto no site Metrópoles, onde havia falado do caso de Klara, para se desculpar com a atriz. O veículo também pediu perdão à artista.

“Errei ao publicar qualquer linha a este respeito. Mesmo que a revelação da história não tenha partido de mim, mesmo que Klara tenha escrito uma carta pública narrando a dor que sentiu com toda esta violência e que eu só tenha escrito sobre o assunto após a carta dela ser publicada”, afirmou o jornalista.

Klara Castanho divulgou uma carta aberta em seus perfis nas redes sociais no sábado, horas depois de uma série de ataques no Twitter a criticando por não ficar a criança. Os ataques ocorreram após manifestação da apresentadora Antônia Fontenelle, a partir de um vídeo de Leo Dias numa entrevista na TV. Os dois trataram do assunto sem mencionar o nome da atriz ou o crime de estupro. Mas ilações feitas pelos seguidores apontaram para o nome de Klara.

Depois da divulgação da carta aberta da atriz, o colunista publicou o nome dela e dados do nascimento da criança, incluindo hora e local de nascimento, cujo sigilo é resguardado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, em texto veiculado no site Metrópoles. O conteúdo foi apagado pouco mais de duas horas depois. O portal admitiu que errou ao publicar esse tipo de informação e pediu desculpas à atriz. O Conselho Federal de Enfermagem abriu apuração para identificar os responsáveis pelo vazamento das informações no hospital onde o bebê nasceu. (Por Edson Sardinha)

Veja a nota da Fenaj:

“Nota oficial: solidariedade a Klara Castanho

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), por meio da sua Comissão Nacional de Mulheres, vem a público solidarizar-se com a atriz Klara Castanho, que teve uma situação pessoal exposta pela mídia, resultando em ataques pessoais aos quais teve de se defender com uma carta aberta em seu perfil no Instagram.

A atriz engravidou após um estupro e encaminhou a criança para adoção, cumprindo os trâmites legais. A situação, de caráter absolutamente particular e sigilosa, foi exposta pelo colunista do site Metrópoles, Leo Dias, no fim de semana.

Após a repercussão negativa, o link foi retirado do site. Mas a divulgação já havia desencadeado uma onda de ódio nas redes sociais, com novos ataques à honra da atriz, causando sua revitimização num já doloroso momento pessoal.

São fortes as evidências de que o colunista feriu o Código de Ética do Jornalista Brasileiro. Pela gravidade do caso, a Diretoria Executiva e a Comissão de Mulheres da Fenaj vão encaminhar denúncia contra o jornalista à Comissão de Ética do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, que deverá apurar o caso, dando amplo direito de defesa ao profissional.

O caso serve para reafirmar a luta encabeçada pela FENAJ e Sindicatos de Jornalistas filiados pela criação do Conselho Federal de Jornalistas (CFJ), uma forma de garantir uma profissão digna, com um contrato público e ético com a sociedade. Temos lutado pelo Conselho Federal dos Jornalistas para que as próprias entidades sindicais possam controlar a emissão de registros profissionais e promover a cultura do respeito ao Código de Ética, por meio da fiscalização.

Fonte: UOL

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