Bolsonaro usa reunião com embaixadores para fazer novos ataques sem provas às urnas eletrônicas e ao TSE

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Bolsonaro usa reunião com embaixadores para fazer novos ataques sem provas às urnas eletrônicas e ao TSE


O presidente também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

PORTO VELHO, RO - 
O presidente Jair Bolsonaro usou a reunião com embaixadores na tarde desta segunda-feira para, sem provas, fazer ataques às urnas eletrônicas e colocar em dúvida o processo eleitoral brasileiro para representantes diplomáticos.

Em seu discurso, Bolsonaro voltou a fazer acusações infundadas sobre a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. O presidente também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

— Quando se fala em eleições, vem à nossa cabeça transparência. E o senhor Barroso (Luís Roberto Barroso, ex-presidente do TSE) , também como senhor Edson Fachin (presidente do TSE), começaram a andar pelo mundo me criticando, como se eu estivesse preparando um golpe. É exatamente o contrário o que está acontecendo — afirmou Bolsonaro.

— Não é o TSE que conta os votos, é uma empresa terceirizada. Acho que nem precisava continuar essa explanação aqui. Nós queremos obviamente, estamos lutando para apresentar uma saída para isso tudo. Nós queremos confiança e transparência no sistema eleitoral brasileiro — disse o presidente.

Bolsonaro começou sua fala, que durou cerca de 50 minutos, pouco depois das 16h. Ele relatou sua trajetória até o Planalto e citou a facada que sofreu de Adélio Bispo durante a campanha de 2018.

A lista de embaixadores presentes não foi divulgada. Os carros das embaixadas chegaram ao Palácio do Alvorada sem identificação. Ao fim do discurso, Bolsonaro recebeu aplausos tímidos. Segundo relatos, parte dos embaixadores se retirou sem cumprimentar o presidente.

Participaram da reunião os ministros Paulo Sérgio Oliveira (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ciro Nogueira (Casa Civil), além do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e cotado a vice na chapa da reeleição.

Os ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral fizeram com que o presidente virasse alvo de investigações no STF e no TSE.

Em agosto de 2021, após uma "live" em que Bolsonaro prometeu apresentar provas de fraudes nas eleições, mas não fez, o TSE abriu um inquérito administrativo para apurar os ataques feitos ao sistema eletrônico de votação. Na ocasião, a Corte eleitoral também pediu para que o presidente fosse investigado em um inquérito já aberto no Supremo.

A divulgação de informações confidenciais contidas no inquérito da Polícia Federal que investiga o ataque hacker sofrido pelo TSE em 2018 também fez com que o ministro Alexandre de Moraes determinasse a abertura de nova investigação para apurar o cometimento de eventual crime por parte do presidente. A investigação passou a ser um desdobramento do inquérito das fake news.

No âmbito dessa apuração sobre o vazamento de informações sigilosas, em fevereiro a Polícia Federal (PF) concluiu que o presidente, o deputado Filipe Barros (PSL) e o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens da Presidência da República, cometeram o crime de violação de sigilo funcional.

O objetivo, de acordo com a PF, foi espalhar informações falsas sobre a segurança das urnas eletrônicas. Com isso, houve danos à confiança no sistema de votação usado no Brasil.

O procurador-geral da República Augusto Aras contrariou relatório e pediu o arquivamento do caso. Em maio. A Advocacia-Geral da União (AGU), que defende o presidente, vem sustentando que o inquérito sobre o ataque hacker não era sigiloso.

Bolsonaro, em campanha pela reeleição, também fez ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que lidera a corrida presidencial. O atual chefe do Executivo voltou a repetir a informação falsa que uma decisão de Fachin tirou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da cadeia. Lula, no entanto, foi solto após decisão do colegiado do Supremo Tribunal Federal (STF) ter mudado o entendimento sobre a condenação em segunda instância.

— Foi Fachin que tornou Lula elegível e agora é o presidente do TSE — repetiu Bolsonaro.

Bolsonaro ressaltou que viaja por todo o Brasil, "no meio do povo", enquanto "o outro lado não". Disse que as pessoas que estão ao lado do seu adversário não querem um sistema eleitoral transparente e ainda esperam o reconhecimento do resultado da eleição imediatamente.

— Sou muito bem recebido em qualquer lugar, ando no meio do povo. O outro lado não, sequer toma café ou almoça no restaurante do hotel, come no seu quarto, porque não tem aceitação. Agora, pessoas que devem favores a ele não querem um sistema eleitoral transparente. Pregam o tempo todo que imediatamente após anunciar o resultado das eleições os respectivos chefes de estado dos senhores devem reconhecer imediatamente o resultado das eleições — afirmou.


Fonte: O Globo

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