Morre Gilberto Chateaubriand, o maior colecionador de arte do Brasil

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Morre Gilberto Chateaubriand, o maior colecionador de arte do Brasil



Acervo do diplomata conta com mais de de oito mil obras, de nomes como Segall, Tarsila, Portinari, Iberê Camargo, Lygia Clark e Oiticica

PORTO VELHO, RO - Morreu, na tarde desta quinta-feira (14), Gilberto Chateaubriand, aos 97 anos, um dos maiores colecionadores de arte do país. O diplomata e empresário mantinha um acervo com mais de de oito mil obras de nomes importantes das artes plásticas, como Lasar Segall, Guignard, Candido Portinari, Iberê Camargo, Lygia Pape, Lygia Clark e Hélio Oiticica.

Familiares informam que Chateaubriand morreu "de causas naturais", na fazenda Rio Corrente, em Porto Ferreira, a 220 quilômetros da capital paulista, e onde estão algumas peças de sua coleção. A maior parte do acervo — 6.600 obras — foi cedida ao Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, em regime de comodato, em 1993.



Gilberto Chateauriand e parte de sua coleção — Foto: Vicente de Mello

Na fazenda que mantinha no interior de São Paulo, onde cultivava soja e cana, Chateuabriand passava a maior parte do tempo, sempre na companhia dos cachorros, tornando o seu apartamento carioca, no Leblon, um pouso cada vez mais raro.

Dono de uma memória impressionante, Gilberto Chateaubriand sabia exatamente o que havia adquirido, e em que ano. A preocupação do colecionador com "seus artistas" — mais de 500 — era uma das características mais citadas por pintores, escultores e fotógrafos que integram a prestigiada coleção, cujo foco principal é modernismo brasileiro e arte contemporânea, a partir dos anos 1960/70.

A coleção reúne um panorama quase completo da produção artística nacional. Há preciosidades como o “Urutu” (1928), de Tarsila do Amaral (uma das quatro telas da artista), e telas como "O farol" e "A japonesa", de Anita Malfatti. Todos os grandes artistas dos anos 1960/70 estão lá, como Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Antonio Dias, Artur Barrio, Antonio Manuel e Cildo Meireles, além de nomes da nova geração, a quem ele fazia questão de impulsionar a carreira.

— Gilberto criou uma coleção que reflete o Brasil, a arte e os artistas que ele tanto amou, e que tanto o amaram. Uma história de amor que nunca terá fim. O MAM Rio se orgulha de ter participado desta história — diz Paulo Albert Weyland Vieira, diretor executivo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Filho de Assis Chateaubriand

Gilberto era filho de Assis Chateaubriand, magnata da imprensa brasileira, dono dos Diários Associados e fundador do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Ele começou a colecionar arte em 1953, quando um amigo o levou ao ateliê do pintor José Pancetti, em Salvador, que o presenteou com o óleo sobre tela “Paisagem de Itapuã” (1953).

Entre 1956 e 1959, Gilberto trabalhou como diplomata, para o Itamaraty, na Europa. De volta ao Brasil, passou a colecionar arte com afinco, seguindo conselhos dos galeristas Giovana Bonino e Jean Boghici, do pintor Carlos Scliar e do colecionador Aloysio de Paula.

Fonte: O Globo

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