Terapia com botos ajuda crianças com deficiência há 15 anos no Amazonas

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Terapia com botos ajuda crianças com deficiência há 15 anos no Amazonas



Projeto filantrópico busca apoio e patrocinadores para arcar com gastos com o frete do barco, coletes salva-vidas, óculos de mergulho e outros

PORTO VELHO, RO - 
Desenvolvida para ajudar no tratamento de crianças e adolescentes com deficiências e/ou necessidades especiais, a bototerapia têm atraído um público cada vez maior no estado do Amazonas. O tratamento busca incentivar que essas pessoas se aproximem das pessoas, por meio da curiosidade do boto. Os benefícios como a melhoria da qualidade de vida são visíveis no desenvolvimento dos jovens do Abrigo Moacyr Alves.

Palco da bototerapia, as margens do Rio Negro, no Amazonas, criam um ambiente favorável para que os exercícios sejam realizados com o intuito de ajudar a melhorar o condicionamento respiratório e cardiovascular dos pacientes. O contato com o golfinho da Amazônia conforta, diminui o estresse e ajuda a combater a depressão.

Não é de hoje que a interação homem e animal é a base de muitas terapias de cura, com a equoterapia ou terapia assistida por cavalos, que consiste em um método terapêutico que utiliza o cavalo na busca do desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e/ou com necessidades especiais, por meio de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação.

No Amazonas

No Amazonas, a bototerapia foi iniciada em 2005 pelo fisioterapeuta Igor Simões Andrade e proporciona uma convivência harmônica e saudável entre as pessoas e os animais, despertando neles um enfrentamento perante o novo ou o desconhecido. O método de interação e terapia assistida com os botos livres da Amazônia é desenvolvido pelo terapeuta de forma totalmente voluntária.

Crianças órfãs deficientes do abrigo Moacyr Alves foram as primeiras a retomarem o tratamento. O grupo fez o trajeto de barco de Manaus até o município de Iranduba (distante 20 quilômetros de Manaus). Além dos cuidados com a saúde, o projeto inclui lições de educação ambiental, como explica Igor Simões.


Projeto retornou atividades após período de restrições pela pandemia. Foto: Diogo Lagroteria/Divulgação

“A terapia pode, por exemplo, ajudar uma criança muito agitada, que não dorme, hiperativa. Ela entra em contato com o animal e com o tempo acaba cochilando no barco, coisa que nunca aconteceu. Para cada caso, tem uma coisa que favorece o tratamento”,
destacou Igor.


O fisioterapeuta ressalta que, na Amazônia, a bototerapia é realizada com os animais livres, diferente de países como França e Estados Unidos, onde os golfinhos que interagem com os pacientes vivem em cativeiro. Além de seguir princípios de sustentabilidade, o trabalho realizado por Igor Simões é definido a partir da limitação de cada paciente.

“O boto vai entrar como co-terapeutas, que ele vai fazer a ponte entre o terapeuta e a criança. O que que a gente quer? Que o boto apenas se aproxime dela e acompanhe o meu trabalho na água com a criança, então isso vai causar relaxamento pela temperatura da água e isso vai causar produção de neurotransmissor, dopamina, serotonina”,
explicou.


Depois de um ano de atividades suspensas por causa da pandemia, as sessões de fisioterapia assistida por golfinhos, ou botos-cor-de-rosa, voltaram a ser realizadas em outubro de 2021.

Apoio para construção de flutuante

Para manter o projeto bototerapia, Igor Simões está em busca de apoio e patrocinadores para arcar com gastos como o frete do barco, coletes salva-vidas, óculos de mergulho, entre outros. Interessados, podem fazer contato com o criador do projeto pelas redes sociais.

Igor ressalta ainda que pretende adaptar um flutuante próprio para a prática de bototerapia, na comunidade da Cachoeira do Castanho, no município de Iranduba. A nova localização permitirá o deslocamento via estrada, o que torna o acesso mais fácil.

As sessões de bototerapia que unem Yoga Rolfing e botos da Amazônia ocorrem, atualmente, uma vez por mês, na Praia Amigos do Boto, nas proximidades da Vila de São Tomé, e no Flutuante Boto Amazônico, próximo a Acajatuba. Os dois locais necessitam de uma travessia no rio, tornando dispendioso o transporte, que custa em média o valor de mil reais por viagem”, pontuou.

“Se conseguirmos apoiadores que possam custear os valores do transporte, podemos levar mais vezes as crianças e incluir mais pessoas na terapia. Podemos ajudar uma criança a permitir ter mais contato com as pessoas, ter mais movimento e equilíbrio, melhorar a respiração, dentre muitos outros benefícios”,
afirmou Igor.


Além da bototerapia, o espaço servirá como um ambiente voltado para uma biblioteca sobre mamíferos aquáticos, de preservação e educação ambiental, que poderá receber escolas e instituições.

Sobre a bototerapia

A bototerapia é uma técnica de terapia assistida por animais no caso pelo boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis). A atividade, desenvolvida no Amazonas a partir de 2005, pelo fisioterapeuta Igor Simões Andrade, inspira-se em outras terapias realizadas com animais, como a delfinoterapia que envolve golfinho de água salgada.

A técnica tem seus fundamentos nos princípios físicos da água (empuxo, pressão hidrostática, flutuação, entre outros) somado ao contexto lúdico que traz a presença do boto para o tratamento de patologias como autismo, síndrome de Down e paralisia cerebral.

O fisioterapeuta também ministra todas às quintas-feiras, de forma voluntária, yoga aos funcionários e crianças do Abrigo Moacyr Alves. Os interessados podem entrar em contato nos telefones: (92) 99363-4484 ou 99142-6764 que também funcionam como WhatsApp.


Fonte: Diário da Amazônia


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