Porto Velho, RO - Um comunicado, enviado aos estudantes da faculdade Unisapiens, em Porto Velho, gerou repercussão nos últimos dias. O Comunicado Acadêmico nº13, pontua a proibição de permanência de crianças e adolescentes “no âmbito da faculdade”.
A medida, disparada no portal dos estudantes, é um aviso direto para mães, que não tem com quem deixar o filho, mas precisam estudar. O comunicado recorda que o regimento interno da instituição já teria essa previsão.
O RONDONIAGORA recebeu denúncias sobre possíveis constrangimentos e ameaças, procurou a direção da Unisapiens na manhã desta terça-feira (5), mas uma diretora ficou de entrar em contato, o que não foi feito.
“Comunicamos à Comunidade Acadêmica, que fica proibida a permanência de crianças nas instalações da Faculdade, em cumprimento ao disposto no Regimento Interno da IES, devidamente publicado no site institucional”, diz um trecho do comunicado.
O jornal teve acesso a regimentos internos das faculdades São Lucas e Católica e não há qualquer vedação. Na Fimca, relatos de estudantes garantem que nenhuma mãe é importunada ao levarem seus filhos,
O documento justifica a decisão como uma forma de prezar pela segurança das crianças e adolescentes. “Tal medida também tem por objetivo, resguardar e garantir a segurança e o bem-estar de todos.”
“CONSIDERANDO que, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069/1990, estabelece que os pais e toda a comunidade devem oferecer às crianças um ambiente adequado para o seu desenvolvimento; CONSIDERANDO que, os espaços destinados às atividades acadêmicas são projetados e adequados para o público adulto”.
O documento afirma ainda que caso o acadêmico que insista em adentrar nas dependências da instituição junto de criança ou adolescente, poderá sofrer “sanções disciplinares estabelecidas no Regimento Interno da instituição”.
Revolta
Nas redes sociais, os estudantes demonstraram insatisfação com a decisão.
“Quem tem bebê que se lasqu*. Eita coisa boa”, disse um estudante em um grupo de WhatsApp.
“Tem mães que faltam aula por não ter com quem deixar os filhos e saber que é proibido levar para evitar de ser prejudicada é fo**”, diz um outro acadêmico.
“Péssimo esse posicionamento da faculdade”, disse uma aluna.
“Gente eu realmente tô triste com isso. Às vezes minha mãe não tinha com quem me deixar, porque meu pai trabalhava a noite e eu ia com ela... vi minha mãe se formar de perto”, relatou uma outra estudante.
Em manifestação interna, um coordenador da faculdade defendeu a instituição, dizendo que não há motivo para posicionamento oficial, porque seria uma norma legal. "Faculdade, trabalho, não é lugar de criança"
O jornal também pediu posição ao Ministério Público do Estado, mas foi informado que não há denúncia formalizada e por isso não poderia haver manifestação.
Após repercussão, instituição de ensino voltou atrás.
CONFIRA COMUNICADO:
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