Programa busca dar acolhimento a crianças e adolescentes vítimas de violência em Porto Velho

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Programa busca dar acolhimento a crianças e adolescentes vítimas de violência em Porto Velho



Porto Velho, RO - Crianças e adolescentes vítimas de algum tipo de violência, retiradas do convívio familiar e que se encontram abrigadas temporariamente em unidades de acolhimento mantidas pela prefeitura de Porto Velho, podem ter um novo momento com o Serviço Família Acolhedora (SAF), que é gerenciado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf).

"Não é uma adoção, mas um acolhimento familiar, com a criança ou adolescente sendo recebida por uma família e passando a conviver com ela, sendo um ambiente ideal para superar traumas, inseguranças e outros desafios que quem sofreu algum tipo de violência atravessa", explicou a gerente do SAF, Magda dos Santos de Sá.

As famílias interessadas devem buscar realizar o cadastro, que pode ser feito no Portal de Serviços da prefeitura, manifestando as suas preferências e outras informações que serão avaliadas, e o processo inclui capacitação e habilitação.

"É importante frisar que a maior parte das famílias preferem acolher crianças menores, mas os adolescentes são a maioria dos acolhidos hoje nas unidades municipais e uma família acolhedora é fundamental nesse processo de retomada dos vínculos", completou Magda.


Magda dos Santos de Sá, gerente do Família AcolhedoraACOLHEDORES

Há um mês, um casal que prefere não se identificar, acolheu uma adolescente de 15 anos, após terem decidido se cadastrar como família acolhedora e realizar todos os passos necessários, ficando aptos para realizar a ação.

"Foi uma decisão mútua. Eu morei num orfanato por sete anos, fui adotada e senti no coração essa vontade, então decidimos buscar o acolhimento de uma adolescente. Há um mês, estamos vivenciando essa experiência que é um desafio enorme, mas é uma grande troca de ambos os lados. Nos sentimos úteis, enquanto cidadãos, exercendo esse papel tão importante de família acolhedora", explicou a mulher.

"Sou o mais velho de três irmãos e não conheci meu pai. Desde os nove anos trabalhei para ajudar em casa. Sei o valor de uma família e como é importante ser acolhido. A adolescente quando chegou, quase não se comunicava. Falava muito pouco e não demonstrava quase nenhuma emoção. Aos poucos, foi se soltando e já interage mais conosco, na escola e com os amigos", disse o acolhedor.

Segundo a mulher, "ela já reage como uma adolescente comum, começou a usar batom, está mais vaidosa. Mostra que a sua autoestima melhorou e que ela se sente mais confiante. É um aprendizado de todos nós, mas a lição que fica é que temos que nos abrir, mergulhar nessa missão sem medo de ser feliz. É uma experiência ousada, mas que recomendo para quem quer experimentar uma sensação humana, maravilhosa, reconfortante como seres humanos".

O marido tem um filho de 17 anos e uma enteada de 23 anos de um relacionamento anterior, que convivem regularmente com o casal. "Por nosso estilo de vida, uma criança pequena não iríamos conseguir acolher. Por isso, escolhemos uma adolescente e recomendo que as famílias possam quebrar esse receio e acolher um adolescente, quando a gente quer de coração, tudo fica mais fácil de superar".

Enquanto a Justiça decide sobre adoção ou retorno ao convívio familiar, a jovem vai seguir com a família acolhedora, por prazo indeterminado, mas que chega no máximo a dois anos, conforme preceitua a lei. A equipe da Semasf segue acompanhando o convívio desse novo núcleo familiar.

Texto: Eranildo Costa Luna
Foto: Wesley Pontes

Fonte: Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)

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