Porto Velho, RO - A Força Aérea Brasileira (FAB) segue investigando a causa do acidente aéreo que terminou com a morte do pecuarista Garon Maia e do filho Francisco Veronezi Maia, de 11 anos. Eles morreram no dia 29 de julho, após a aeronave cair em uma área de floresta em Vilhena (RO), na divisa com Mato Grosso.
A ocorrência de 'perda de controle em voo' caso está sendo finalizada pelo Cenipa, e até esta sexta-feira (11) não havia sido disponibilizada no Painel SIPAER.
Em nota, a FAB informou ao g1 que a conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os possíveis fatores contribuintes. Não foi informado qual é o prazo final para divulgação do relatório.
De acordo com o Cenipa, a aeronave com Garon e o filho decolou do Aeroporto de Vilhena (SBVH) no dia 29 de julho e tinha como destino o aeródromo da Fazenda Uberaba (SJUD), localizada no município de Comodoro (MT).
O plano de voo indica que Garon fazia uma viagem privada, com um passageiro a bordo, mas 20 minutos após a decolagem, a aeronave Beechcraft Baron G58 foi reportada como desaparecida no sistema de controle aéreo. No dia seguinte, o bimotor foi encontrado acidentado em uma área de selva.
Os destroços do avião bimotor que caiu Vilhena estavam 6 quilômetros depois do último registro captado pelo radar.
Segundo registros no site Flightradar24, a última posição do bimotor Beechcraft Baron 58 no radar foi perto da Cachoeira das Cavernas, em Vilhena (RO). No entanto, os bombeiros encontraram os destroços da aeronave em uma mata perto de um local conhecido como Cabeça da Serpente.
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De acordo com consultores de aviação ouvidos pelo g1, o fato do bimotor não ter sido achado no mesmo ponto onde sumiu do radar indica suspeita de falha mecânica como motivo para a queda do avião.
Beechcraft Baron 58 caiu em Vilhena em área de mata — Foto: Reprodução
Para confirmar os fatores que podem ter contribuído para a queda do avião do pecuarista em Vilhena, a Força Aérea Brasileira deve adotar algumas ações, como:
fazer uma perícia nos destroços do avião;
ouvir testemunhas da decolagem e pouso;
recuperar documentos, dados de inspeções técnicas e de manutenção;
e checar a qualidade do combustível usado na operação.
Em nota, o Cenipa informou que não busca apontar 'culpados' pelo acidente. "O Cenipa tem o objetivo de investigar as ocorrências aeronáuticas, de modo a prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram", diz.
Criança pilotando avião
Um vídeo divulgado nas redes sociais após o acidente aéreo mostra Francisco Veronezi Maia, de 11 anos, pilotando um avião bimotor ao lado do pai Garon.
O bimotor que aparece sendo conduzido pelo menino seria o mesmo que caiu no sábado (29) numa área de mata fechada em Vilhena, na divisa entre Rondônia e Mato Grosso.
A gravação divulgada nas redes sociais foi feita pelo pai do menino. Garon estava sentado no banco do copiloto, quando o bimotor está alinhado para decolagem numa pista de terra, numa área rural.
Garon então instrui a criança, pergunta se está tudo certo, sem obstrução à frente da aeronave, e pede para ele acelerar o bimotor. "Peraí, tudo pronto? Nada na frente, tá ok. Vamos lá, 600 cavalos, pode empurrar. 600 Kikão, vai. Nossa senhora. Mão na manete, mão na manete. Fica com a mão aí e olha a velocidade", diz Garon.
O vídeo do garoto filmado pilotando um avião, ao lado do pai aconteceu com alerta de proximidade ao solo.
A mensagem orienta o piloto a subir o avião, de forma a ganhar altitude. O homem ao lado filma esse momento e tapa com a mão o prefixo no painel, de forma a impedir a identificação da aeronave.
Na mesma gravação, o pecuarista aparece bebendo uma cerveja enquanto o menino manuseia sozinho o manche do avião. "O passageiro pode tomar uma, né Kiko?", pergunta ao garoto.
Garon Maia tinha 42 anos e seu filho, Francisco Veronezi Maia, 11. Os corpos deles foram sepultados nesta terça-feira (1°) em Campo Grande.
Destroços do avião após acidente — Foto: Reprodução
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