MPRO leva Projeto "O Silêncio dos Homens" ao sistema penitenciário em Porto Velho e Ji-Paraná

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MPRO leva Projeto "O Silêncio dos Homens" ao sistema penitenciário em Porto Velho e Ji-Paraná

Ações também alcançam público acadêmico

Porto Velho, RO - O Ministério Público de Rondônia (MPRO) levou o Projeto "O Silêncio dos Homens" para a Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (ACUDA) em Porto Velho, ao Presídio Agenor Martins de Carvalho e à Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), em Ji-Paraná.

A ACUDA desenvolve atividades educativas, oferece atendimentos assistenciais e terapêuticos para pessoas privadas de liberdade e egressos do sistema prisional. O Promotor de Justiça Leandro da Costa Gandolfo, que atua na área da Execução Penal no MPRO, acompanhou as atividades na Associação nesta segunda-feira (21/8). O projeto se estende por toda a semana no local e deve ter participação de uma média de 150 pessoas em cumprimento de pena.

“A ACUDA é uma parceira do Ministério Público há mais de 20 anos e os resultados são excelentes a favor da recuperação de pessoas e no exercício de evitar que os apenados voltem a delinquir. O objetivo do projeto ”O Silêncio dos Homens" aqui é mostrar que o homem tem suas fragilidades e há como lidar com elas", comentou o Promotor de Justiça.



Já na Região do Vale do Jamari a exibição do documentário "O Silêncio dos Homens" aconteceu no Presídio Agenor Martins de Carvalho e na APAC. Segundo a Promotora de Justiça Eiko Danieli Vieira Araki, no presídio após a apresentação do documentário, os detentos participaram de uma roda de conversa sobre “Paternidades Plurais”, que tratou dos direitos e deveres de ordem material, social, moral e afetiva que decorrem dos vínculos familiares.

Participaram do evento o Secretário de Justiça de Rondônia, Marcos Rito; o Gerente Regional da Secretaria de Estado da Justiça (SEJUS), Franciole Soares; o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Lucarlo Carvalho e o diretor-geral da Unidade Prisional, Cleberson Fidelis.

Nas dependências da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC), projeto desenvolvido no mesmo presídio, o documentário foi apresentado a aproximadamente 80 apenados dos regimes semiaberto e fechado.



Faculdade Católica — A mensagem sobre o modelo de masculinidade e suas novas perspectivas também foram transmitidas ao público acadêmico da Capital. Na sexta-feira (18/8), integrantes da equipe coordenadora do projeto estiveram na Faculdade Católica, onde apresentaram o documentário e realizaram debates.

A atividade foi promovida junto às turmas dos cursos de Direito e Psicologia, sob a condução de integrantes do Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade, Ana Carla Oliveira (Ministério Público de Rondônia) e Laura Cristina Anastácio Rodrigues (Tribunal de Justiça de Rondônia). Anfitriões do evento, os professores Cristiano de Paula e Ediney Costa Souza também participaram dos trabalhos.

“Precisamos repensar essa rigidez psicológica e emocional exercida, ao longo de anos, sobre os homens. Padrões de comportamentos que foram sendo ensinados e que repercutem tão negativamente sobre nossa sociedade”, afirmou Ana Carla Oliveira, ao estimular uma análise aos presentes sobre o tema.



“O Silêncio dos Homens” — O projeto é realizado pelo Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade durante todo o mês de agosto. Nas ações, o Ministério Público intensifica estratégias para gerar reflexões sobre masculinidades e paternidades, primando pela equidade nos papéis sociais e familiares de gênero.

A produção de “O Silêncio dos Homens” ouviu mais de 40 mil pessoas sobre o que é ser homem no Brasil. Dados colhidos no documentário evidenciam como o silenciamento e a falta de abertura emocional provocam problemas em toda a sociedade.

A pesquisa feita pelo Instituto Papo de Homem aponta que, quando sofrem algum abuso sexual, homens levam em média 20 anos até contarem do caso para alguém. Apenas 3 em cada 10 homens possuem o hábito de conversar sobre seus medos e dúvidas com amigos. Isso mostra que eles sofrem, mas passam por problemas calados. Homens negros e LGBTs sentem muito mais essas violências.

A produção do filme observou que a espiral do silêncio em torno do tema está na raiz de vários outros problemas sociais, como a violência doméstica, ausência de mulheres em posições de poder na política e economia, assédio e encarceramento entre os próprios homens.

Fonte: MP/RO

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