Porto Velho, RO - O Governo de Rondônia promove a reestreia da peça teatral “Bizarrus”, encenada por reeducandos do sistema prisional de Porto Velho, no dia 25 de abril, no Teatro Palácio das Artes. O espetáculo é organizado pela Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (Acuda), e tem mais de 20 anos de existência. Atualmente conta com a participação de 27 internos do regime fechado, que compõem duas equipes de atuação.
A ação, executada por meio da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), tem o apoio do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) e da Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas (Vepema).
REESTREIA
Após 7 anos de pausa, o espetáculo “Bizarrus”, que faz parte do projeto “Iluminar para contemplar” da Acuda, e está inserido no projeto “Reabilitando pela Arte”, do Governo de Rondônia, fará sua reestreia no primeiro dia da 7ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária (Consej), que acontece pela primeira vez em Rondônia, nos dias 25 e 26 de abril.
O governador do Estado, Marcos Rocha destacou a importância da retomada dos trabalhos desenvolvidos pelo espetáculo “Bizarrus”. “É um trabalho que se destaca e reforça as medidas do Governo do Estado voltadas para a ressocialização. As apresentações geram um marco cultural, que é lembrado todo tempo, tendo um excelente alcance social. Isso justifica o entusiasmo dos envolvidos nessa retomada”, concluiu.
Para o secretário da Sejus, Marcus Rito, ter a reestreia da peça em meio a um evento nacional é significativo. “representantes das secretarias da justiça de todo o Brasil poderão apreciar um trabalho único, reconhecido mundialmente, pensado e executado por pessoas do Estado”, pontuou.
RETORNO DO ESPETÁCULO
A retomada do “Bizarrus” é uma iniciativa conjunta da Sejus e Acuda. Do desenvolvimento até a reestreia, foi minuciosamente acompanhado pelas partes. A Sejus é responsável por custear as atividades exercidas pelos componentes do projeto Reabilitando pela Arte.
A recuperação do espetáculo iniciou em 2023, com a realização das audições no mês de agosto, na Penitenciária Estadual Milton Soares de Carvalho e na Penitenciária Estadual Jorge Thiago Aguiar Afonso, em Porto Velho, com a participação de 80 internos. Na ocasião, 27 reeducandos foram selecionados para o espetáculo, e os ensaios tiveram início em setembro, seguindo até o presente momento.
Após a reestreia no dia 25, a peça fará sua segunda apresentação no dia 17 de maio, no “VIII Congresso da Defensoria Pública do Estado de Rondônia”, em alusão ao Dia dos Defensores Públicos, no Teatro Guaporé, em Porto Velho. O espetáculo segue com a agenda aberta para novas apresentações.
A diretora de políticas penais, Larissa Iúri Mendonça Guedes acompanhou toda a construção desse retorno e pontuou: “é notório o esforço aplicado pelos privados de liberdade em toda a construção do espetáculo, além da apresentação. A peça está apresentando uma nova forma de se expressar, e quem sabe um novo caminho a se dedicar”, concluiu.
BIZARRUS
A peça conta com duas equipes de atuação
O espetáculo teve sua criação no dia 3 de julho de 2001, e é reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial de Rondônia, pelo Decreto nº 28.455, de 21 de setembro de 2023. Tem por objetivo ressocializar por meio da arte, contribuindo na redução de danos e busca promover o autoconhecimento dos reeducandos, do sistema socioeducativo e seus egressos. A idealizadora do projeto Acuda tem como principal parceiro, o Governo de Rondônia por meio da Sejus.
Desde a criação, a peça passou a ser referência na reintegração da pessoa privada de liberdade, circulando por diversas cidades do Estado e algumas capitais brasileiras, inclusive com apresentação na Organização das Nações Unidas (ONU), durante o 12º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal, em 2010, na capital da Bahia.
CENÁRIO
O enredo da peça foi desenvolvido para impactar o público e seus participantes, mostrando o que acontece quando se pratica um ato criminoso. Em reflexo à história contada, houve grande repercussão, o que explica a longevidade do espetáculo, que ficou 16 anos em cartaz, atingindo um público de mais de 150 mil pessoas; 40 mil, só de estudantes. Durante o período de apresentação da peça, passaram pelo projeto, mais de mil reeducandos.
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